Categoria: Sociologia Dissertações |
Transgenia agrícola e modernidade: um olhar sobre as disputas simbólicas e práticas conflitivas na s |
Versão: pdf Atualização: 16/8/2013 |
Descrição:
BENTHIEN, Patrícia Faraco
Resumo: Quando me propus a realizar esta pesquisa acerca da transgenia agrícola, não se sabia ao certo qual seria seu fim, e hoje percebo que tal fim nunca existiu e nem poderia existir, já que os horizontes que as reflexões sobre o tema me lançaram são amplos demais para serem abordados em uma pesquisa de mestrado e, pelo que tudo indica, muito recentes para que sejam definidos seus traçados finais. Esta pesquisa tem o intuito de se transformar em um trabalho mais amplo, com a atenção e o tempo que um tema tão recente e instigante como este merece. Tenho consciência de que a escolha deste tema, que emerge como um problema há pouquíssimo tempo, tem vantagens e desvantagens, o que o torna necessariamente difícil de ser abordado, mas não por isto menos instigante. As vantagens se materializam na possibilidade de identificação de algumas questões que surgem conjuntamente com a emergência recente do tema, e por meio dos fatos históricos que lhe são anteriores (este é um dos focos principais deste trabalho), mas as desvantagens se apresentam na incapacidade de percebermos e definirmos claramente alguns possíveis rumos que a questão tomará num futuro próximo, ou mesmo longínquo, já que nos encontramos em um período ainda em transformação. Espera-se que, em alguns anos, tais rumos se tornem mais claros para aqueles que depositarem olhares atentos sobre a questão. A aplicação da transgenia à agricultura, fruto de um rápido processo de desenvolvimento da engenharia genética, que ocorreu no final do século XIX e início do século XX, torna-se um tema debatido na academia e nas sociedades principalmente a partir da década de 70 quando, de descoberta científica e procedimento técnico, passa a ser compreendida e se consolida como um problema sócio-ambiental. Tal consolidação é reflexo, entre outros motivos, de uma nova forma de intervenção humana e tecnológica na natureza (que incide sobre a vida); da incerteza, insegurança e medo que acompanham a percepção social dos riscos desta nova tecnologia; e da articulação, conflitos e debates sobre o tema entre Estados, organizações não-governamentais (ONGs) – entendidas, aqui, como organizações institucionalizadas e reconhecidas pelo Estado cujo objetivo volta-se à promoção do interesse público e movimentos sociais – compreendidos como grupos de indivíduos de que auto-reconhecem enquanto movimento, atuando em prol de certas mudanças sociais, econômicas e políticas. Os Estados, movimentos sociais e ONGs emergem como atores importantes na constituição da transgenia enquanto um problema socioambiental.
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1556 0 bytes UFPR http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/handle/1884/7424 |
Categoria: Sociologia Dissertações |
Tribos de adolescentes e suas significações sobre conhecimento |
Versão: PDF Atualização: 16/8/2013 |
Descrição:
NOVELLO, Marlei Pissaia
No período da adolescência ocorrem transformações bem visíveis no comportamento. Nessa fase, as tribos funcionam como um ritual de reconhecimento, passando a ser o aspecto marcante deste período e deixando de lado a ressignificação do conhecimento recebido na educação formal. Esta dissertação apresenta um estudo sobre o comportamento dos adolescentes pertencentes a tribos urbanas, alunos de uma escola particular de Vacaria e suas significações sobre conhecimento. A pesquisa busca compreender o significado do conhecimento para os jovens, levando em conta suas experiências pessoais, principalmente apoiadas na vivência escolar, através da relação professor-aluno. Inscritos nas culturas juvenis de seu tempo, esses jovens participam de redes grupais onde afirmam suas identidades, condição que se refere a uma escolha e a modos de vida, muito mais que a uma condição biológica. Para realização da pesquisa foram entrevistados doze jovens de idades entre quatorze e dezoito anos, de ambos os sexos, freqüentadores do ensino fundamental (anos finais), ensino médio e curso normal, buscando compreender suas trajetórias, experiências escolares, visão de sociedade e futuro. O estudo apoiou-se nos referenciais teóricos apresentados por L. S. Vigotski, J. Piaget, H. Wallon, especialmente para as questões relativas à construção do conhecimento e comportamentos da adolescência. Relativamente às tribos urbanas, a abordagem baseou-se em Michel Maffesoli. Duarte Júnior contribuiu com seus escritos para que se fundamentasse a importância do saber sensível, num mundo pensado de forma apenasinteligível. No entrecruzamento dos autores citados com outros autores complementares, das reflexões pessoais com todo material recolhido, foi possível perceber as construções realizadas pelos jovens, apoiando-se no método fenomenológico, do qual resultaram as essências: “o significado do conhecimento para os adolescentes”; “escola: convivendo com o saber sensível e o conhecimento inteligível” e “tribos: tempo de compreender”.
Palavras-chave: Conhecimento. Adolescente. Sociedade. Escola.
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1371 0 bytes Universidade de Passo Fundo http://www.ppgedu.upf.br/ |
Categoria: Sociologia Dissertações |
Vila Ilze: o viver fragmentado do "boia-fria" : um estudo sobre o cotidiano dos trabalhadores vol |
Versão: PDF Atualização: 16/8/2013 |
Descrição:
PRADO, Ediano Dionisio do
Com base na pressuposição de que a resistência à dominação manifesta-se não somente através da visibilidade política de canais e instrumentos institucionalizados (como os sindicatos e partidos políticos), mas de forma fragmentada nas dimensões banais da vida cotidiana, procuramos reconstruir a trajetória de surgimento, consolidação e exclusão dos trabalhadores volantes de Itapira. Procuramos refletir sobre as características, as peculiaridades e a eficácia do conhecimento de todo dia. Um conhecimento fragmentado, contraditório, paradoxal, tecido de ignorância e de saber, de atraso e de desejo de emancipação. Um conhecimento que possui uma lógica política própria o jogo interno do conformismo, do inconformismo e da resistência.
Palavras-chave: Trabalhadores rurais volantes - Itapira (SP). Cultura popular. Mecanização. Rotina no trabalho. Reforma agrária.
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5690 0 bytes Unicamp http://libdigi.unicamp.br |
Categoria: Sociologia Dissertações |
Os anacronautas do teutonismo virtual: Uma etnografia do neonazismo na Internet |
Versão: PDF Atualização: 12/12/2013 |
Descrição:
DIAS, Adriana Abreu Magalhães.
Esta pesquisa busca apreender o universo simbólico das URLs racistas, revisionistas e neonazistas na Internet. O propósito da investigação é, por meio da observação etnográfica das práticas e representações discursivas expostas em sites, portais, comunidades, fóruns, chats e listas de discussão, que abordam este tema, compreender que tipo de relação se constrói entre o espaço digital e a defesa da idéia de "raça ariana", realizada por meus "nativos". Como foco privilegiei os aspectos simbólicos que melhor evidenciam a interface entre estas duas dimensões, por meio da pesquisa empírica e do exercício teórico. A partir deste recorte, emergiram algumas perspectivas relevantes na construção identitária que o racista desenvolve para si e para o outro, tais como as marcas genômicas e mitológicas evidentes em seu discurso, as redefinições da fronteira entre digitalidade e realidade e a luta política "dos arianos", na WEB. O argumento central resultante da pesquisa é de que o neonazismo interpreta simbolicamente o mundo contemporâneo, nos sites analisados, articulando mitos, narrativas e rituais. Neste processo, evidencia-se a elaboração de uma forma específica de identidade: o “teutonismo”.
Palavras Chaves: Antropologia. Etnografia. Estruturalismo. Neonazismo. Identidade. Ciberespaço.
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853 0 bytes Unicamp http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000419685&fd=y |
Categoria: Sociologia Dissertações |
Cinema e sociedade: sobre a ditadura militar no Brasil |
Versão: PDF Atualização: 10/2/2014 |
Descrição:
LEME, Caroline Gomes
De 1979 aos dias atuais, a ditadura militar fez-se presente em um número significativo de obras fílmicas. Analisar essa produção cinematográfica é examinar como está sendo ressignificado o passado, quais questões estão sendo obliteradas, que ambiguidades e tensões perpassam a interpretação do processo sócio-histórico. Esta pesquisa propõe-se a trabalhar a relação entre cinema e sociedade no que tange aos enunciados social e culturalmente construídos a respeito do período do regime militar vigente no Brasil de 1964 a 1985. O objeto de investigação são os filmes de longametragem lançados entre 1979 e 2009 que se reportam ao tema da Ditadura Militar no Brasil e seus desdobramentos. O pressuposto é o de que as obras fílmicas, enquanto produções culturais, podem ser consideradas meios legítimos e diferenciados para o conhecimento da sociedade, uma vez que são constitutivas da realidade social, produzindo significados, valores e proposições expressados através de sua construção própria. Pauta-se na concepção de cultura do materialismo cultural de Raymond Williams (2000) e fundamenta-se essencialmente no referencial teórico-metodológico de Pierre Sorlin (1985,1994). Realiza-se um levantamento amplo e fundamentado da filmografia que tematiza a ditadura militar brasileira e dedica-se um olhar mais atento aos seguintes filmes: E agora, José? Tortura do sexo (Ody Fraga, 1980); Paula – A história de uma subversiva (Francisco Ramalho Jr., 1980); Nunca fomos tão felizes (Murilo Salles, 1984); Corpo em delito (Nuno Cesar Abreu, 1990); Ação entre amigos (Beto Brant, 1998); A terceira morte de Joaquim Bolívar (Flávio Cândido, 2000) e Zuzu Angel (Sérgio Rezende, 006), os quais correspondem a um espectro amplo de possibilidades cinematográficas.
Palavras-chave: Cinema e sociedade. Cinema brasileiro. Ditadura militar brasileira.
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19262 0 bytes Unicamp http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000787791&fd=y |
Categoria: Sociologia Dissertações |
Vulnerabilidade na adolescência: a perspectiva de Gestores e Líderes do Movimento Social Organizado |
Versão: PDF Atualização: 14/3/2017 |
Descrição:
SANTOS, Ana Paula Rodrigues dos
Trata-se de uma pesquisa exploratória de caráter qualitativo, fundamentada na Teoria Práxica da Enfermagem em Saúde Coletiva – TIPESC que objetivou descrever as vulnerabilidades dos adolescentes segundo a percepção do movimento social organizado, conselheiros locais de saúde e Gestores de um determinado território de Curitiba-PR. Os dados foram coletados no período de maio à julho, por meio de entrevistas semiestruturadas com quinze gestores, conselheiros locais e líderes do movimento social organizado que atendem, de alguma forma, aos adolescentes no território. Os discursos foram analisados segundo a análise de conteúdo, com apoio do software IRAMUTEQ. Na análise de conteúdo emergiram quatro categorias e quatorze subcategorias. Dentre elas se destaca o Reconhecimento da vulnerabilidade para o adolescente no território, no que tange à gravidez na adolescência, drogas na adolescência e violência. As participantes apontaram dificuldades para a realização de ações em relação aos adolescentes, como a falta de apoio do Poder Público para a realização de ações e a falta de capacitação para lidar com a adolescência. Para as ações serem realizadas, foi destacada a importância da parceria com os demais serviços públicos presentes no território. Dentre as subcategorias que emergiram destacam-se as questões de gênero que foram identificadas como processo determinante dos agravos. Como conclusão deste trabalho, registra-se que o objetivo delimitado foi alcançado e, consequentemente, a finalidade de contribuir para a elaboração de ações do serviço local de saúde para atender aos adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade nos territórios pesquisados. Por fim, se propõem a realização de novos estudos no sentido de ampliar a discussão sobre as questões de gênero relacionadas aos processos de determinação da vulnerabilidade dos adolescentes.
Palavras-chave: Adolescente. Vulnerabilidade. Enfermagem.
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474 0 bytes UFPR http:// |
Categoria: Sociologia Dissertações |
Comunidade Quilombola Manoel Ciriaco dos Santos: Identidade e Famílias Negras em Movimento |
Versão: PDF Atualização: 26/7/2017 |
Descrição:
RIBEIRO, Dandara dos Santos Damas Esta dissertação, baseada na etnografia realizada junto à “Comunidade Quilombola Manoel Ciriaco dos Santos”, localizada em Guaíra/PR, problematiza a vinculação direta entre a legitimidade da reivindicação territorial das comunidades quilombolas e a ideia de territorialidade fixa, que tem sido presumida pela política de garantia de direitos territoriais quilombolas no Brasil. Esta pesquisa indicou como a construção da identidade quilombola é perpassada pelos processos de deslocamentos constitutivos da trajetória das famílias que vivem atualmente em Guaíra/PR, mas são provenientes de Santo Antônio do Itambé/MG. A reivindicação da identidade quilombola é elaborada pelos meus interlocutores(as) com base na origem e na ancestralidade comuns com antepassados negros que foram escravizados nesta região de Minas Gerais, a partir da qual ocorre a saída das famílias em busca de melhores condições de vida, passando pelo estado de São Paulo até a mudança para Guaíra/PR, onde adquirem área própria. Nas narrativas dos membros da comunidade, percebe-se como o movimento não dissolve, mas, ao contrário, sustenta o pertencimento coletivo. Este caso exemplifica como a ideia de territorialidade fixa desconsidera experiências de “resistência à opressão histórica sofrida” – critério trazido pelo Decreto Federal 4887/2003 ao regulamentar o processo de titulação quilombola –, constituídas por meio de estratégias de deslocamento e não pela permanência em um mesmo território de ocupação tradicional. Estas dinâmicas de movimento foram, em um primeiro momento do processo de regularização territorial, que ainda tramita no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), entendidas como um elemento de descaracterização da legitimidade da reivindicação do grupo pelo primeiro relatório antropológico produzido sobre a comunidade. Com a não aprovação deste estudo por parte do INCRA, um novo relatório foi contratado, tendo este investido no argumento de que há uma continuidade entre as dinâmicas socioculturais do grupo de Guaíra/PR e as comunidades quilombolas de sua região origem, a partir de pesquisa realizada no entorno do município de Santo Antônio Itambé/MG. Esta pesquisa realizada pelo segundo relatório criou o interesse por parte da comunidade de que eles mesmos pudessem visitar a região. Tais viagens de retorno foram realizadas no âmbito desta dissertação para buscarmos mais informações sobre a trajetória histórica das famílias, o que gerou um entrelaçamento entre a minha pesquisa e a trajetória do grupo. O (re)encontro entre parentes perdidos e a possibilidade de acesso às histórias dos antepassados proporcionados por estas viagens sugerem que a busca pela reconstituição de histórias e vínculos com a região de origem, por parte dos quilombolas de Guaíra/PR, não se restringe ao âmbito instrumental e administrativo, mas tem também uma importante dimensão afetiva. A articulação destas dimensões aponta para o anseio dos quilombolas pelo reconhecimento da legitimidade de sua versão sobre sua história, do valor de sua origem e trajetória, bem como do direito de se construírem como sujeitos e como coletividade específica.
Palavras-chave: Comunidade quilombola. Relatórios antropológicos. Movimento. Memória.
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Categoria: Sociologia Dissertações |
Do Quilombo à Escola: os Efeitos Nefastos das Violências Sociais Silenciadas |
Versão: PDF Atualização: 28/7/2017 |
Descrição:
SOARES, Edimara Gonçalves
Esta pesquisa foi realizada com sujeitos que transitam por espaços sociais distintos: Quilombo e Escola, ambos entendidos como espaços que ocorrem a construção da identidade das crianças negras quilombolas. O objetivo da pesquisa é buscar uma, dentre as possíveis compressões dos significados de ser criança negra e quilombola na Escola e no Quilombo. Também é objetivo deste estudo reconhecer manifestações do fenômeno do Auto-ódio desses sujeitos, como tentativas de defesa, conscientes ou não, ao preconceito vivido, que por sua vez redundam em ataque, dado que constituem uma “ferida identitaria” (Baibich, 2001, p.08). Assim, o objetivo central da pesquisa consiste em saber o que a Escola faz com a identidade fragilizada das crianças vítimas do preconceito ao quadrado. A opção metodológica demandada pelo objeto de estudo desta pesquisa foi a pesquisa qualitativa, considerando que era preciso imergir na subjetividade dos sujeitos, buscando captar os sentidos e significados das situações vividas por eles/as. Percebemos que o sentimento de negação ao Quilombo está diretamente relacionado com as violências racistas sociais, pois, dizer se quilombola é assumir uma pertença duplamente desprezada, é assumir se desvalorizado, inferiorizado. As crianças adentram o espaço escolar carregando essa identidade fragilizada, e são constantemente perseguidas e atacadas em suas características inerentes. A Escola ignora o sofrimento dessas crianças diante da inferioridade que lhes é imputada pelos Outros. Assim, mediante suas falas e seus olhos cheios de lágrimas as crianças nos revelam que carregam uma identidade que não vive, mas sim, sobrevive. Mostram que esta sobrevida é nutrida com as forças do mais profundo desejo de abandonar a condição de ser, visto que essa é talvez a única, e também a última e trágica estratégia encontrada como mecanismo de defesa, diante da cruel e dolorida perseguição a pertença étnica -negra e quilombola.
Palavras-chave: Violências racistas. Identidade da criança negra quilombola. Escola.
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