Categoria: História Teses |
Entre histórias, fotografias e objetos: imigração italiana e memórias de mulheres |
Versão: PDF Atualização: 23/10/2013 |
Descrição:
PEREIRA, Syrléa Marques
Este trabalho busca analisar a história da “grande migração italiana” para o Brasil, ocorrida entre 1870 e 1920, a partir da transferência de um grupo de famílias da aldeia de Oneta, localizada na região da Toscana, para o distrito de Nossa Senhora do Amparo, no estado do Rio de Janeiro, e posteriormente na cidade de Passa Quatro, em Minas Gerais. O processo migratório foi reconstruído especialmente por meio da memória de mulheres brasileiras e italianas que exercem a função de guardiãs da memória familiar, privilegiando-se um suporte de memória: as chamadas caixinhas de lembrança. Nelas, fotografias e pequenos objetos pessoais foram por elas colecionados e conservados através do tempo, compondo uma narrativa. Tais relíquias familiares, pelo fato de terem pertencido ou retratarem seus antepassados, apontam a origem peninsular desses imigrantes e conectam a aldeia de Oneta ao Brasil. O argumento central defendido na tese é o de que a identidade italiana entre os descendentes brasileiros é construída no solo do mundo privado/íntimo, para posteriormente se projetar no universo do público. A prática memorial se assenta no trabalho desenvolvido pelas mulheres que, durante encontros familiares, exibem suas caixinhas de lembranças e narram histórias sobre o deslocamento de seus antepassados para o Brasil, atualizando continuamente a memória do grupo familiar e unindo as duas pontas envolvidas no processo migratório.
Palavras-chave: Deslocamentos transnacionais. Imigração italiana. Mulheres. Memória familiar. Objetos.
|
5762 0 bytes PPGH - UFF http://www.historia.uff.br/stricto/ |
Categoria: História Teses |
Educação, autoritarismo e eugenia: exploração do trabalho e violência à infância desamparada no ... |
Versão: PDF Atualização: 21/11/2013 |
Descrição:
AGUILAR FILHO, Sidney
Este texto analisa aspectos da educação brasileira entre 1930 e 1945 a partir de relatos de vida de cinquenta meninos “órfãos ou abandonados” sob a guarda do Juizado de Menores do Distrito Federal. Eles foram retirados do Educandário Romão de Mattos Duarte, da Irmandade de Misericórdia do Rio de Janeiro e levados para uma propriedade privada em Campina do Monte Alegre-SP. A transferência dessas crianças de nove a onze anos de idade foi respaldada pelo Código do Menor de 1927. Por uma década, estas crianças, foram submetidas a uma escolaridade precária, a uma educação baseada em longas jornadas de trabalho agrícola e pecuário sem remuneração. Foram submetidos a cárcere, a castigos físicos e a constrangimentos morais em fazendas de membros da cúpula da Ação Integralista Brasileira, também adeptos declarados do nazismo. Esta tese defende que os “meninos do Romão Duarte” foram vítimas de uma política do Estado brasileiro que ao estimular a educação eugênica, como definia o artigo 138 da Constituição de 1934, favoreceu a segregação de crianças e adolescentes. A documentação utilizada na narrativa fez uso de fontes oficiais, midiáticas articulando-as de forma complementar aos registros de depoimentos orais na reconstrução do período.
Palavras Chaves: Educação. Eugenia. Segregação. Trabalho. Infância. Violência.
|
920 0 bytes FAE - Unicamp http://www.posgrad.fae.unicamp.br/ |
Categoria: História Teses |
Do cativeiro à reforma agrária: colonato, direitos e conflitos (1872-1987) |
Versão: PDF Atualização: 23/10/2013 |
Descrição:
DEZEMONE, Marcus
O tema desta tese é o sistema de colonato. O objetivo é entender sua gênese, alterações e superação através do desenvolvimento de noções de direitos, por meio do estudo dos conflitos que moldaram as relações entre uma família proprietária e a mão-de-obra. A investigação empírica partiu de reflexão anterior e de corpus documental relacionados à antiga fazenda cafeeira Santo Inácio, no município de Trajano de Moraes, região serrana do estado do Rio de Janeiro. O período cronológico contemplado foi longo, da aquisição da fazenda pela família proprietária, em 1872, até a desapropriação parcial de 1/3 de sua área original para reforma agrária, em 1987. As conclusões não se esgotam na fazenda ou município, mas permitem pensar processos mais amplos no mundo rural brasileiro, tais como: as origens do colonato em práticas vigentes desde a escravidão, os impactos materiais e simbólicos da Era Vargas (1930-1945) no mundo rural; e as estratégias de militantes políticos no campo fluminense, no contexto de mobilizações na década de 1960 e na conjuntura repressiva durante a Ditadura Militar (1964-1985).
Palavras-chave: Colonato. Escravidão. Era Vargas. Reforma agrária. Conflitos rurais.
|
805 0 bytes PPGH - UFF http://www.historia.uff.br/stricto/ |
Categoria: História Teses |
Diário de uma imigrante britânica no Paraná (1860-1890): memórias, trabalho e sociabilidades |
Versão: PDF Atualização: 21/10/2013 |
Descrição:
GILLIES, Ana Maria Rufino
Esta tese discute a trajetória de uma imigrante britânica, Caroline Tamplin, que viveu no Paraná na segunda metade do século XIX. Caroline, como muitas outras mulheres imigrantes, veio para o Brasil na companhia do marido e dos filhos e, em 1868, foi encaminhada para a colônia Assunguy. No ano de 1874, após a morte do marido, decidiu permanecer na colônia por mais seis anos, atuando como professora, em escola formada em suas próprias terras, no núcleo do Turvo. Todavia, em 1880, colocou anúncio no jornal Dezenove de Dezembro e, na companhia de dois filhos, mudou-se para Curitiba, onde passou a oferecer seus serviços para um segmento particular da sociedade curitibana constituído por famílias de luso-brasileiros e imigrantes bem sucedidos, ensinando línguas, desenho, pintura e piano. Além das relações forjadas no campo profissional, Caroline também estabeleceu, com esse grupo, laços de amizade, solidariedade e parentesco. A partir de um diário escrito por ela, entre os anos de 1880-1882, e das memórias escritas pelo neto, na década de 1950, aliadas a outras fontes, como jornais do período e correspondências e relatórios oficiais, a tese problematiza a inserção dos ingleses no Paraná, enfocando, particularmente, a trajetória de Caroline e as relações sociais por ela estabelecidas com a sociedade curitibana e moradores da colônia Assunguy. Para tanto, selecionamos o período de 1860 a 1890, com a intenção de cobrir os anos em que os britânicos começaram a chegar ao Paraná, até o momento que sua presença tornou-se menos significativa, tendo em vista a saída da maioria dos imigrantes ingleses da colônia Assunguy. Abordamos a campanha desenvolvida na Inglaterra que os atraiu para o Brasil, as condições de existência que encontraram na colônia, e os negócios e serviços que procuraram desenvolver em Curitiba. A leitura e análise da imprensa periódica e de correspondências e relatórios oficiais, permitiu também uma inserção no cotidiano de pessoas residentes na capital da então província do Paraná, ampliando nosso conhecimento a respeito dos interesses, valores e práticas culturais e sociais de uma certa parcela da sociedade. Como as fontes fundamentais deste estudo são de natureza autobiográfica, buscamos sustentação teórica em autores ligados à Historia Cultural, entre os quais Philippe Artières, Michael Pollak, Maurice Halbwachs, Roger Chartier, Pierre Bourdieu e Norbert Elias. A partir do diálogo com esses intelectuais, foi possível problematizar a emergência da individualidade e da privacidade, bem como a importância adquirida pela ‘escrita de si’, não só como prática cultural, mas também como estratégia de construção e reconstrução de identidades.
Palavras-chave: Imigração britânica. Representação. Memórias. Identidade.
|
2010 0 bytes PGHIS - UFPR http://www.humanas.ufpr.br/portal/historiapos/?lang=pt |
Categoria: História Teses |
Das cañadas ao palco – Pastoreio e imaginário político na Baixa Idade Média Espanhola |
Versão: PDF Atualização: 21/10/2013 |
Descrição:
PEREIRA, Raquel Alvitos
Estudo da figura do pastor em Castela e de sua inserção sociopolítica até a unificação espanhola. Questiona-se a noção elaborada pelo historiador Bronislaw Geremek, segundo o qual este rústico seria um exemplo de marginalização plena no Ocidente cristão. O estudo de caso aqui desenvolvido revela, ao contrário, um estatuto singular do pastor em Castela. A criação da Mesta, corporação que unificou os ofícios ligados à atividade lanífera, criou medidas de proteção e privilégios diversos para o pastoreio, possibilitando interações imaginárias das figuras do rei e do pastor, cuja representação renova-se com a releitura feita por poetas e dramaturgos quase sempre a serviço do poder monárquico. Nos serões e festas das cortes nascentes das Espanhas, unificam-se em torno do pastor memórias diversas: bíblicas, líricas e regionais, e associa-se o pastor e o rei num mesmo campo do imaginário. Tomam-se como fontes principais o material normativo da Mesta, a lírica pastoril e a dramaturgia de Juan de Encina e Lope de Rueda.
Palavras-chave: Espanha. Religiosidade. Unificação.
|
972 0 bytes PPGH - UFF http://www.historia.uff.br/stricto/ |
|