Categoria: Filosofia Artigos |
Notas sobre a historicidade da essência em Lukács  |
Versão: Atualização: 26/8/2013 |
Descrição:
LESSA, Sergio
Em que pese o fato de séculos terem se passado desde a derrocada do mundo antigo e a crítica do teocentrismo medieval pelo pensamento moderno, a completa superação de algumas das categorias centrais da ontologia tradicional, apesar de já efetivada no plano da teoria, ainda não foi absorvida e conscientemente integrada ao processo de reprodução da sociabilidade contemporânea. Pensamos, em especial, na relação entre historicidade e as categorias de essência e fenômeno. Eventos desse tipo -- a incapacidade de a humanidade assimilar genericamente avanços já efetivados por indivíduos -- são frequentes na história. Neste caso específico, as processualidades alienantes da vida cotidiana sob a regência do capital jogam papel decisivo. Ao fim e ao cabo, tais alienações são as mediações que articulam, por um lado, a produção incessante do novo (em escala e intensidade crescentes) que caracteriza a reprodução da sociabilidade contemporânea com, por outro lado, a necessidade desta mesma sociabilidade restringir aos parâmetros do capital as novas potencialidades, que ela mesmo faz surgir, para o desenvolvimento do para-si do gênero humano.
Palavras-chave: Lukacs. Historicidade da essência. Sergio Lessa.
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686 0 bytes Unicamp |
Categoria: Filosofia Artigos |
O século XX e as rupturas entre o real científico e o senso comum  |
Versão: PDF Atualização: 13/9/2012 |
Descrição:
LAVINA, Ernesto
A aplicação das práticas e técnicas do inquérito judicial medieval ao estudo do mundo natural permitiu uma nova compreensão de muitos fenômenos. Uma forma de análise minuciosa e meticulosa, e que trouxe consigo, indelével, a vigilância e o questionamento de todas as opiniões, de todas as ações. Com o tempo, racionalismos regionalizados se desenvolveram e aprimoraram. E com uma preocupação quase obsessiva em quantificar, a partir de técnicas e instrumentos sempre mais sofisticados. A análise seletiva, segmentada, porém disciplinada e com atenção crescente aos detalhes, fez com que o mundo do senso comum, da realidade objetiva dos sentidos, fosse ultrapassado em vários momentos, embora, inicialmente, isso quase não tenha sido percebido. Considerava-se que a ciência apenas acrescentava novas extensões ao mundo do senso comum, do micro ao macrocosmo. No início do século XX, entretanto, esta interpretação não pôde mais ser sustentada. As rupturas entre o real científico e o senso comum tornaram-se, subitamente, imensas. A decomposição progressiva do real em fenômenos simples, isolados de qualquer ruído ou elemento casuístico, idealizados, propiciou a construção de um mundo totalmente novo. Não mais uma extensão dos sentidos, mas sentidos novos, impossíveis de serem compreendidos sem uma imersão profunda na tradição que lhes deu origem. As palavras e as ações usuais mascaram as imensas descontinuidades, presentes em atos por vezes tão simples quanto falar ao telefone ou assistir à televisão. Em cada uma dessas atividades quotidianas existe algo que não pode ser apreendido pelo senso comum. Pode-se conviver tranquilamente com esse mundo, torná-lo rotineiro, porém jamais compreendê-lo em seus fundamentos teóricos. E esses fundamentos são complexos, fruto de metodologias e de experimentações precisas, e comumente expressos em linguagem matemática. Reduções e simplificações para adaptá-los à linguagem comum, na maior parte das vezes, geram ruídos e infundados sentimentos de compreensão.
Palavras-chave: Bachelard. Inquérito judicial medieval. Experimentação. Racionalismo. Vigilância.
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680 0 bytes Revista Filosofia Unisinos http://www.unisinos.br/publicacoes_cientificas/filosofia/index.php?option=com_content&task=view&id=7 |
Categoria: Filosofia Artigos |
Capital e barbárie  |
Versão: PDF Atualização: 10/4/2012 |
Descrição:
MOURA, Mauro Castelo Branco de
A modernidade, sobretudo em seu apogeu iluminista, ensejou a crença num devir auspicioso fundado, segundo Smith, no desenvolvimento das forças produtivas do trabalho [productive powers of labour]. Porém, ainda no século XVIII, em meio a um otimismo generalizado que se consagrou com a gênese da historicidade (entendida como “progresso”), já se insurgia Rousseau contra a crença na técnica como panacéia para a resolução dos problemas humanos. Marx demonstra que o capital é um poderoso estimulante ao desenvolvimento das forças produtivas, mas traz aparelhado em si a submissão estranhada do processo de reprodução social à valorização do valor [Verwertungs des Werts], com o quinhão de barbárie que lhe é imanente. O crescimento permanente e ilimitado da riqueza abstrata que carateriza o capital, figura apoteótica da tríade fetichóide (mercadoria, dinheiro e capital), só se pode consumar às expensas da subordinação da satisfação das necessidades (e da vida) humanas a seu desiderato. Destarte, ao produzir riquezas, sob a forma de valores de uso, o capital produz também miséria pelo seu próprio desenfreio e pelas tensões imanentes à valorização do valor.
Palavras-chave: Capital. Barbárie. Marx. Crise. Fetichismo.
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667 0 bytes Revista Filosofia Unisinos http://www.unisinos.br/publicacoes_cientificas/filosofia/index.php?option=com_content&task=view&id=7 |
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