A expressão “topologia do ser”, que aparece na obra de Heidegger em 1947, já aponta para a crescente tendência do autor a pensar sua grande questão – a questão do ser – num registro bastante diverso daquele que predominou em suas primeiras obras, especialmente em Ser e Tempo. Lugar e linguagem, termos diretamente implicados na ideia de topologia, assumem uma importância cada vez maior em seu pensamento, guardando uma ligação essencial entre si. Contudo, o conceito de espaço, inseparável do de lugar, tem sido frequentemente preterido em diversos estudos sobre a topologia heideggeriana, não obstante sua fundamental importância para esta questão.
As interpretações que sucedem a publicação do Tratado da Argumentação: A Nova Retórica (1958), costumam centrar o foco da teoria de Perelman nos problemas de natureza jurídica. O nosso trabalho, entretanto, procura fundamentar a análise do seu pensamento sob uma perspectiva que privilegia as suas motivações filosóficas e a preocupação com a questão da linguagem. Nossa proposta visa a investigação do percurso intelectual de Chaïm Perelman, desde os seus primeiros escritos (1931) até a publicação do Tratado da Argumentação (1958), com o intuito de desvendar como a sua teoria constrói um processo de reabilitação acadêmica da Retórica. Neste comenos, a afirmação de quê? Toda argumentação é uma argumentação ad hominem ? Precisa ser analisada, porque traz elementos essenciais à compreensão da natureza do empreendimento filosófico erigido por Perelman.
Palavras-chave: Linguagem. Argumentum ad hominem. Retórica. Filosofia.