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Categoria: Geografia Teses
Fazer Download agora!Da Geografia Medieval às origens da Geografia Moderna: contrastes entre diferentes noções de Nature Popular Versão: 
Atualização:  23/9/2013
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BAUAB, Fabricio Pedroso

Da Idade Média até a eclosão da Revolução Científica do século XVII, que tratamos enquanto marco estruturante/estruturado da/pela modernidade, referenciamos as discussões concernentes às noções de Natureza, Espaço e Tempo, sempre tendo como culminância a incidência de tais categorias em discussões geográficas. Sendo a Religião a base do conhecimento medieval, temos que a Natureza é tratada enquanto sujeito, figura vinculada ao drama cristão da salvação, ora sendo vista enquanto mudaneidade a ser rompida via re-ligação com a Divindade, ora marca Desta, signo, significante de Seu significado. Espaço e Tempo, por seu turno, são, ambos, medidos pelos conteúdos religiosos, sendo vistos enquanto emanação de um sentido somente presente no texto bíblico ou na luminosidade das Autoridades. A Geografia do período era também simbólica, tantas vezes transcrita, desatualizada de informações empíricas. Um amplo quadro de revoluções constrói os termos da ruptura efetuada com relação à Idade Média. Destacamos, no quadro revolucionário citado, os Descobrimentos e o chamado período renascentista. Foram muitos os impasses intelectuais trazidos pelos Descobrimentos, pela gradual descoberta do mundo enquanto orbe. No plano interno europeu, foram muitas as transformações surgidas no mesmo contexto histórico. Nicolau de Cusa problematiza a questão da posição do sujeito frente à interpretação do real. Copérnico defende a centralidade do astro Sol. Giordano Bruno opõe-se à finitude do Universo advinda do legado aristotélico. Kepler instaura a noção de causalidade matemática dos fenômenos. Por outro lado, eclodem todas as formas de misticismo, da magia à astrologia. Por fim, tratamos das transformações trazidas pela Revolução Científica, que redimensionaram o olhar humano sobre a Natureza, sobre a noção de Espaço, de Tempo, culminando na reinvenção do discurso geográfico. Em Galileu Galilei Tempo e Espaço aparecem enquanto externalidades, absolutos numéricos que exatamente mediriam a passagem dos fenômenos sem para eles transferir nenhum conteúdo religioso. Aqui, o único a priori aceito é o da geometria euclidiana, da abstração matemática. Alçada para dentro do mundo da vida, da natureza, tal interpretação conduziria ao mecanicismo, presente em Galileu, escancarado em Descartes. No mesmo século da Revolução Científica surgirá uma obra fundamental para a Geografia Moderna. A Geografia Geral (1650) de Varenius surge cheia de alusões a Copérnico, Galileu, sendo editada na Inglaterra tempos depois por Isaac Newton. Nela, à maneira galileana, cartesiana, a matemática é tomada enquanto a priori fundamental, instrumento de ordenação dos fenômenos no espaço, base para a descrição precisa da realidade que poria em alteridade todos os acidentes geográficos, constituindo-os enquanto unidades indivisíveis. Em Varenius eclode, portanto, o fluxo das transformações narradas na tese, que redimensionaram, portanto, o discurso geográfico. Como pano de fundo de todas estas discussões, trouxemos o tema da Queda, do Gênesis até a interpretação inovadora de Francis Bacon, defensor assíduo da posse humana da natureza enquanto redenção religiosa.

Palavras-chave: Natureza. Espaço-tempo. Deus. Mensuração. Ciência. Religião. Geografia.

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