Este trabalho investiga a relevância da crítica humeana ao pensamento teleológico, a partir da análise crítica do argumento do desígnio exposta no texto dos Diálogos da Religião Natural e sua articulação com o projeto filosófico do autor. Objetiva-se mostrar que a reflexão de Hume a respeito da religião natural, não se reduz a uma espécie de querela entre teísmo e ateísmo, deixando claro o entrelaçamento existente entre a recusa do raciocínio finalista e a crítica ao determinismo teológico e científico, a fim de deixar evidente o distanciamento do filósofo escocês da metafísica, sobretudo, das filosofias das ciências e epistemologia. No texto dos Diálogos da Religião investiga-se também a estrutura argumentativa filosófica do autor no intuito de precisar o sentido dialético e referencial cético presentes na sua compreensão e uso singular do estilo dos diálogos e sua ruptura com o discurso filosófico da tradição, precisamente platônico-aristotélica.