Um estudo sobre o pensamento de Theodor W. Adorno, que destaca as suas características como filosofia. Trata-se de uma filosofia consciente de seu exercício debaixo de uma sombra catastrófica que tudo cobre, inclusive ela própria; e que gira em torno de um núcleo vazio, nomeável só pela negação dos nomes: Auschwitz. Nestas condições, a filosofia vê sua tarefa como a da interpretação. A concepção adorniana de filosofia como interpretação (Deutung) é o tema do Primeiro Movimento deste trabalho. De dentro dele surge o Segundo Movimento, a relação entre o conceito de interpretação e a discussão hermenêutica na filosofia contemporânea. O pensamento de Adorno é visto como contribuindo para esta discussão com sua ênfase nos gestos corporais de base que levam ao e sustentam o esforço da interpretação. Nele o gesto mais básico é o da (des)esperança.