Descrição:
JÚNIOR, Alfredo Moreira da Silva
A compreensão dos acontecimentos do Século XX significou para o Vaticano, um de seus maiores desafios, durante quase dois milênios de existência, nunca antes a Igreja tinha enfrentado tantas transformações na sociedade, seja no aspecto sócio-cultural, político ou tecnológico, embora houvesse um enfrentamento em relação à modernidade desde o século XVI, É fato que a Igreja sofreu grandes reveses com as Revoluções Burguesas e o avanço do liberalismo, porém, até o séc. XIX o ritmo das transformações era mais perceptível nos campos econômico e tecnológico, os reflexos sócio-culturais destas transformações vão se fazer sentir somente no próximo século, sobretudo nos países de capitalismo periférico, já não seria mais possível para a Santa Sé, continuar com práticas pastorais que colocavam os clérigos acima do mundo. Se por um lado, havia a necessidade de se romanizar o catolicismo como forma de enfrentamento ao processo de laicização dos Estados , por outro, era cada vez mais urgente a adoção de novas estratégias adaptação aos novos tempos”. O Vaticano II representou nas palavras de pastorais para João XXIII este aggiornamento, no entanto, o Concílio será interpretado dentro da própria Igreja de várias maneiras, através de significados que variaram de acordo com os anseios de cada comunidade. As diversas interpretações acabaram por acarretar divergências que levaram o papa Paulo VI a dizer que sentia após o Concílio que a Fumaça de Satanás estava penetrando no templo de Deus pretende-se neste artigo, retomar a partir de uma temática que foi pano de fundo de minha dissertação de mestrado 4 algumas reflexões sobre as divergentes interpretações a respeito do Concílio no Brasil.
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