O objetivo deste artigo é a partir da análise de um mito sobre as Iá Mi Oxorongá, registrar a importância do culto às “Mães Ancestrais” na sociedade africana, suas características arquetípicas e a distribuição de parte desses aspectos nos orixás femininos. O mito escolhido para o estudo é o de no. [204] referenciado pelo sociólogo Reginaldo Prandi em sua obra Mitologia dos Orixás1. A escolha deste mito se deu por se tratar de um pequeno resumo das características das Iá Mi Oxorongá, sua origem mítica e comportamento. Por fim, quer-se possibilitar uma aproximação pontual na relação de significados entre as religiões africanas e as afro-brasileiras. Tal abordagem se faz importante ao se buscar compreender melhor: (a) os significados do poder feminino na religião africana; e (b) a releitura deste no Candomblé. Com esses elementos fazer um breve apontamento sobre o papel desempenhado pelas mulheres como agentes mantenedoras das tradições culturais afro-brasileiras e dos segredos da religião.