O artigo analisa a complexa relação entre os carismáticos e a política, entendida como campo do exercício do poder por meio da representação democrático-partidária. Os rituais e a cosmologia peculiares à Renovação Carismática Católica influenciam a forma como os católicos carismáticos se lançam na disputa dos partidos políticos pelo poder do Estado. A aplicação de termos como conservadores ou reacionários de direita, usados como rótulos, precisa ser repensada de acordo com a visão de mundo que orienta os carismáticos, bem como com os rituais e os mecanismos simbólicos que sustentam sua plausibilidade. Aborda-se, finalmente, a participação dos carismáticos nas eleições, bem como a questão da representação partidária.