Esta pesquisa teve como objetivo estudar a construção de consciência histórica em alunos do ensino básico a partir do encontro/confronto, em sala de aula, dos diferentes saberes oriundos do senso comum e da ciência da História, por meio da análise das representações sociais constituídas por seus sujeitos: alunos e professores. A utilização de uma metodologia de pesquisa de inspiração etnográfica, somada a outros instrumentais qualitativos aplicados em alunos e professores do ensino fundamental e médio de escolas situadas na periferia da Cidade de São Paulo, proporcionou a leitura das configurações sociais da comunidade escolar à luz da teoria das representações sociais de Serge Moscovici e do conceito de consciência histórica de Jörn Rüsen.Baseado nesse aporte teórico e empírico, a dissertação buscou compreender a influência da dupla dimensão do cotidiano (local e global) na construção das representações sociais dos alunos e a transformação (ou reprodução) das mesmas após a atuação do ensino de História no espaço escolar, com vistas à consecução (ou não) de consciência histórica na vida prática. Por fim, a partir da análise do confronto de representações sociais de alunos e professores, oriundas da apreensão de um conceito substantivo discutido no ensino de História, propõe a socialização e discussão dessas diferentes representações no espaço escolar como possibilidade de formação de consciência histórica e de maior aproximação do estudo da História da vida prática dos alunos.
Palavras-chave: Consciência Histórica. Representações Sociais. Cotidiano. Etnografia. Educação. História. Didática da História. Identidade. Cultura. Comunicação. Psicologia Social.