Categoria: Ciências Teses |
A Abordagem Naturalista na Educação Ambiental: uma análise dos projetos de educação em Curitiba |
Versão: pdf Atualização: 16/3/2012 |
Descrição:
RAMOS, Elisabeth Christmann
O presente estudo tem como objeto de análise os programas e projetos de educação ambiental implementados pela administração municipal de Curitiba no período de 1989 a 2004, com o objetivo de investigar o conteúdo do discurso ecológico oficial implícito nesta proposta educativa. Também é nosso objetivo analisar os conceitos, os significados e sentidos que constituem esse discurso, com vistas a explicitar e problematizar a presença da abordagem naturalista e suas implicações no campo educativo. Por abordagem naturalista nos referimos àquela perspectiva que dá ênfase aos aspectos biológicos e ecológicos das questões ambientais, e que privilegia os danos físico-químicos sobre o meio ambiente em detrimento das dimensões políticas e econômicas; e que desconsidera os conflitos sociais que estão no cerne desta problemática. O pressuposto assumido é de que, ao privilegiar o biologicismo, esta abordagem reforça o dualismo na interpretação das relações entre os seres humanos e a natureza, e se constitui em fator limitante para a construção de uma cidadania articulada com o compromisso ético e político em relação às questões socioambientais. Buscou-se, assim, compreender e problematizar os nexos entre educação e meio ambiente no campo conceitual teórico-metodológico em que a educação ambiental foi proposta, à luz do contexto histórico que lhe deu origem. Entende-se que as práticas educativas não são realidades autônomas e estão subordinadas ao contexto de desenvolvimento existente, que condiciona sua direção política e pedagógica. Neste caso, elas ganham sentidos a partir das formas com que se associam aos cenários sociais e históricos mais amplos, constituindo-se em projetos pedagógicos políticos datados e intencionados. Assim, a emergência de um conjunto de práticas educativas denominadas de educação ambiental só pode ser entendida dentro deste processo histórico como sinalizador da exigência de uma outra concepção de educação para enfrentar o desafio contemporâneo de repensar as relações entre sociedade e natureza. Em que pese a retórica pedagógica ambiental ter a pretensão de ser crítica, a análise documental revelou que nas propostas educacionais no município, assim como naquelas anunciadas para outros setores, prevalecem concepções, sentidos e significados que respondem muito mais às políticas ambientais defendidas pela administração municipal em seus diferentes momentos (e também as de fora dela) do que ao resultado de uma reflexão do processo educativo e de seus fundamentos. Considera-se relevante e urgente a demarcação das formulações, explícitas ou não, veiculadas pelo discurso ecológico oficial; também deve-se tornar público o debate e o diálogo entre as diferentes abordagens, de modo a favorecer o entendimento das implicações práticas, pedagógicas e políticas no uso das tradições que historicamente sustentam o tema, para que o educador em geral possa problematizá-las num processo de constante superação.
Palavras-chave: Educação ambiental. Concepções de natureza. Meio ambiente. Ecologia. Desenvolvimento sustentável. Cidadania.
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5626 0 bytes Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC |
Categoria: Ciências Teses |
Educação sexual e formação de professores de ciências biológicas: contradições, limites e possibilid |
Versão: PDF Atualização: 16/3/2012 |
Descrição:
BONFIM, Cláudia Ramos de Souza.
A presente pesquisa consiste em compreender as contradições, possibilidades e limitações da Educação Sexual na disciplina de Ciências nas Escolas de Ensino Fundamental. Parte-se dos fundamentos históricos, políticos e filosóficos para compreender a sexualidade humana e os discursos hegemônicos sobre sexualidade e educação. Aborda-se a trajetória histórica e os marcos epistemológicos da universidade brasileira, as políticas de formação do professor de Ciências Biológicas e a Educação Sexual no Brasil da matriz colonial à proposta da universidade liberal, do patriarcalismo às políticas educacionais leigas e a concepção médica-higienista de Educação Sexual; a universidade brasileira como projeto nacional-desenvolvimentista, as políticas de formação de professores para a industrialização e a abordagem tecnicista da sexualidade. Analisam-se as concepções de sexo e sexualidade no discurso e prática dos professores de Ciências Biológicas e passagem histórica da sexualidade como tema do campo biológico para as Ciências Humanas; as matrizes da reflexão sobre a sexualidade na modernidade, a identidade biológico-reprodutiva matricial e suas legitimações a partir das teorias de Lamarck, Mendel e Darwin; a ruptura moderna com o naturalismo biológico: Havelock Ellis e Freud; a apropriação das ciências humanas e sociais das representações matriciais de sexo e sexualidade, destacando os estudos de Reich, Marcuse, Engels e Foucault. As considerações finais intentam corroborar a tese que defendemos neste estudo: a educação sexual escolar ainda não foi capaz de superar as matrizes e paradigmas oriundos da tradição médico-biologista. As novas abordagens da educação, as pesquisas no campo das Ciências Humanas e Sociais e a ampliação da investigação sobre a Sexualidade e suas plurívocas dimensões apontam para uma nova etapa da circunscrição científica e política dessa temática e suas implicações sociais.
Palavras-chave: Educação sexual. Formação de professores. Sexualidade.
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5749 0 bytes Universidade Estadual de Campinas |
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