PASSOS, Caroline Mendes dos; ARAUJO, Jussara de Loiola.

O presente artigo apresenta um projeto que tem como objetivo articular duas teorias da área da Educação Matemática: Etnomatemática e Educação Matemática Crítica. Tal articulação será realizada tendo como foco dois aspectos: teórico e prático. O aspecto teórico será abordado através de um aprofundamento no estudo de ambas as teorias. A partir desse aprofundamento, será feita uma articulação entre tais teorias. Esse estudo consistirá em uma etapa densa do trabalho de pesquisa, uma vez que a quantidade de trabalhos que abordem essas teorias de forma articulada é pequena. Para verificar as possibilidades de articulação entre essas teorias em um aspecto prático, um ambiente de sala de aula será observado, na tentativa de detectar momentos em sala de aula em que essa articulação possa acontecer. Para apresentar os propósitos dessa pesquisa, após apresentar a questão de investigação e seus objetivos, é feita uma discussão teórica acerca da Etnomatemática e da Educação Matemática Crítica. A partir dessa discussão, apresenta-se uma justificativa que mostre como uma articulação entre ambas as teorias pode contribuir, tanto para a sala de aula de Matemática quanto para o campo da Educação Matemática. Em seguida, são explicitados os procedimentos metodológicos, bem como a justificativa de sua escolha. Dentre esses procedimentos, serão apresentados os seguintes: a escolha dos contextos, a escolha dos procedimentos e a escolha dos instrumentos. Nesse sentido, com tal investigação, espero que as possibilidades de utilização de tais teorias no ambiente escolar se tornem mais evidentes e auxiliem num ensino de Matemática mais efetivo, que possibilite aos alunos participar de forma ativa na sociedade em que vivem.

SILVA, Aparecida Francisco da; KODAMA, Helia Matiko Yano.

S. W. Golomb em seu artigo Checker boards and polyminoes publicado no American Mathematical Monthy de 1954, propôs uma série de problemas envolvendo recobrimento de tabuleiros de xadrez com peças que denominou “poliminós”. Para as figuras “compostas” de 5 quadrados, os chamados pentaminós (nome do jogo como é comercialmente conhecido) propôs algumas questões que foram retomadas por M. Gardner em seu livro “Divertimentos Matemáticos”; no qual apresenta também algumas soluções não só para os problemas inicialmente propostos mas, também, uma coletânea de trabalhos publicados a partir da proposta de Golomb. Neste artigo, apresentamos algumas soluções já obtidas para os problemas e algumas, que pelo menos até onde conhecemos, ainda não foram publicadas.

SANTANA , Katia Cristina Lima; FREITAS , Adriano Vargas; Gilberto Januario; BUENO, Simone; TRALDI JÚNIOR, Armando

Neste artigo, apresentamos parte de um estudo desenvolvido no projeto de pesquisa “O Currículo de Matemática na Educação de Jovens e Adultos: dos intervenientes curriculares à prática em sala de aula”. Para este estudo, fizemos um mapeamento de pesquisas realizadas com a temática EJA, em Educação Matemática, em programas de pós-graduação, periódicos e anais de eventos da área. O olhar para as produções foi direcionado por duas categorias de análise: uma (i) em relação ao objeto de pesquisa, estratégias e métodos utilizados, e ao olhar do pesquisador em analisar e interpretar as informações coletadas, e a outra (ii) em relação à fundamentação teórica e as considerações dos pesquisadores-autores. A análise dos dados coletados nos mostrou o desenvolvimento crescente de pesquisas na área da educação de pessoas jovens e adultas, principalmente nas temáticas didática e resolução de problemas, e um número reduzido de estudos a respeito do desenvolvimento curricular de Matemática para esse alunado.

Palavras-chave: Pesquisas em EJA. Desenvolvimento Curricular. Educação Matemática.

GARNICA, Antonio Vicente Marafioti.

Apresentando considerações gerais sobre pesquisa qualitativa em Educação – e, em especial, em Educação Matemática –, o artigo trata de relativizar a atual tendência de legislação absoluta acerca da pesquisa qualitativa, defendendo – ao contrário de uma “regulamentação” – a necessidade de uma “regulação” – aos procedimentos utilizados em investigações dessa natureza. Defende a maturação vivencial do pesquisador como elemento essencial para o pleno exercício da pesquisa e tece comentários finais sobre uma possível distinção entre a coleta de dados na pesquisa qualitativa em Educação (sentido amplo) e na História Oral, cuja metodologia tem se revelado significativa para estudos em Educação Matemática.

Palavras-chave: Educação. Educação Matemática. Pesquisa Qualitativa. História Oral. Metodologia Científica.

GARNICA, Antonio Vicente Marafioti.

Em 2005 fui convidado a participar de uma mesa redonda durante o I Seminário Paulista de História e Educação Matemática (SPHEM) cujo título era, ao mesmo tempo, direcionado e aberto: “História e Educação Matemática – possibilidades de diálogo”. Era direcionado pois indicava a interface História/Educação Matemática como foco das discussões; e aberto por propor como subtítulo uma frase propositalmente lacunar: possibilidades de diálogo. Posto que diálogo pressupõe intercâmbio, interlocução, escuta e fala atentas, é natural que nos perguntemos: por que diálogo? Diálogo entre o quê ou entre quem? Diálogo entre História e Educação Matemática? Ou diálogo entre História, Educação Matemática e toda uma variedade de áreas, enfoques e aportes teóricos que, segundo julgo, os estudos na e sobre a interface História/Educação Matemática trazem à cena? Coube a mim uma opção.

JANUARIO, Gilberto

Este trabalho tem o propósito de evidenciar parte de uma pesquisa em desenvolvimento no curso de Licenciatura em Matemática do IFSP, objetivando investigar qual o tratamento dado pelos formadores à avaliação escolar para os futuros professores. Isso porque a avaliação tem ganhado, cada vez mais, destaque no cenário de estudos voltados à educação básica, quando se enfatiza o processo de ensino-aprendizagem. Alguns autores que estudam essa temática (Hoffmann, 1994; Luckesi, 2008; Hadji, 2001) argumentam sobre os modelos avaliativos praticados pelos professores e suas consequências na vida escolar do aluno. Chaves (2001) revela que a postura do professor ao propor instrumentos avaliativos, reflete práticas com as quais teve contato em sua licenciatura. Nessa perspectiva, emergem algumas questões: em que momento a avaliação é trabalhada em uma licenciatura e qual o tratamento que a contempla? Dá-se mais ênfase à teoria ou à prática? Por ser elemento fundamental no processo ensino-aprendizagem, acreditamos ser a formação do professor de Matemática o ponto de partida para que sejam construídas as concepções que propiciem as práticas pedagógicas frente ao processo avaliativo.

Palavras-chave: Avaliação da aprendizagem. Formação de professores. Avaliação no ensino superior.

Revemat - Revista Eletrônica de Educação Matemática. V3.3, p.30-40, UFSC: 2008

FERREIRA, Dores; PALHARES, Pedro e SILVA, Jorge Nuno

Um estudo realizado junto de alunos do 3.º ao 6.º ano de escolaridade permitiu verificar a existência de relação entre a força do jogador de xadrez e a capacidade de resolver problemas com padrões. Este resultado suscitou a curiosidade de verificar se essa relação se estenderia a outros jogos, como por exemplo os jogos matemáticos. Neste artigo apresentamos os resultados de um estudo envolvendo alunos do Ensino Básico participantes no Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos, bem como o contexto que o originou. Nesse estudo procurava averiguar-se a existência de relação entre a capacidade de jogar jogos matemáticos e a capacidade de resolver problemas com padrões. Como resultado principal verificamos existir uma relação para os seguintes jogos: Semáforo, Hex e Amazonas.

Palavras-chave: Jogos matemáticos. Padrões. Ensino Básico. Xadrez. Investigação correlacional. Resolução de problemas.

MODESTO, Marco Antonio; GARNICA, Antonio Vicente Marafioti.

Este artigo tem como tema a formação continuada de professores de Matemática. A literatura específica já tratou suficientemente a dificuldade de cunhar uma expressão que, caracterizando as atividades realizadas por professores em serviço, não incorresse no equívoco de supor, em contraponto, um tipo de formação que não fosse, ela própria, contínua. Assim, não trataremos disso. Focaremos tão somente a percepção que os professores têm acerca da natureza, da necessidade, da viabilidade de momentos de formação que ocorrem após os cursos de graduação. Para isso, procuramos delinear uma metodologia que desse voz aos professores sem truncar previamente seus depoimentos com perspectivas vindas da revisão bibliográfica ou sobrecarregá-los de significado que não são “naturalmente” próprios a eles. Embora a discussão metodológica acerca da pesquisa qualitativa também esteja frequentemente presente na literatura da Educação – e especificamente, com bastante ênfase, na da Educação Matemática – cremos que neste nosso trabalho uma discussão, ainda que apoucada, deva ser feita sobre essa nossa opção, posto que a consideramos como um diferencial nas pesquisas sobre formação continuada.

Revemat - Revista Eletrônica de Educação Matemática. V3.5, p.55-61, UFSC: 2008.

LIAO, Tarliz

Neste artigo é feito um recorte sobre a questão dos signos (símbolos matemáticos) e de seus significados em dois conjuntos numéricos, naturais e racionais fracionários, com reflexos no segundo. Embora não seja feita uma análise e/ou apresentação do signo e significado segundo a óptica vigotskyana em sua totalidade, buscaram-se nesses elementos recortados os norteadores das questões relativas ao não entendimento da formação do conceito de frações.

Palavras-chave: Símbolos matemáticos. Signos. Vigotsky.

Publicado em: Investigações em Ensino de Ciências – V12(3), pp.339-355, 2007

RICARDO, Elio Carlos e ZYLBERSZTAJN, Arden

São apresentados e discutidos os resultados de uma pesquisa, na qual foram entrevistados dezessete professores das disciplinas de Metodologia de Ensino e/ou Prática de Ensino dos cursos de licenciatura em Biologia, Física, Matemática e Química de três universidades públicas, localizadas em três diferentes regiões do país. O principal objetivo foi investigar como estão sendo tratados os Parâmetros Curriculares Nacionais na formação inicial dos futuros professores de ensino médio das disciplinas da área das Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias, bem como verificar a opinião dos seus formadores acerca desses documentos e sua compreensão a respeito dos principais conceitos neles contidos, a saber, competências, interdisciplinaridade e contextualização. Discute-se ainda alguns aspectos teóricos em relação a essas noções presentes na literatura recente.

Palavras-chave: Formação inicial. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino de ciências.